Mascotes e Chatbots: o antropomorfismo está sob alerta máximo



O homem querendo ser mais robótico e os robôs a cada atualização de sistema ficando mais humano. O uso de mascotes e chatbots com características humanas é uma prática eficaz que pode aumentar o engajamento, a lealdade do consumidor e diferenciar uma empresa no mercado.

Desde a criação de mascotes no início do século 20, marcas de diversos setores utilizam personagens para cativar o público. Dentre tantos posso destacar a Popota - uma hipopotamo criada pela cadeia de hipemercados Continente em Portugal e no caso brasileiro temos o exemplo do Jotalhão - o elefante da marca de alimentos Cica ou a Lu, do Magazine Luiza, criada para humanizar a interação com os clientes da loja. Porém atualmente a tecnologia tem surpreendido e prometido novos rumos para interação com o público.


O antropomorfismo consiste em atribuir características humanas a objetos ou personagens inanimados e a indústria adotou esse conceito para comunicar os seus valores e se conectar de forma mais profunda com os consumidores.

Estamos cada vez mais acostumados a consumir e assimilar os conteúdos destes personagens ou a interagir com chatbots telefônicos que foram criados para "facilitar" a nossa comunicação com uma empresa.

No entanto, em julho deste ano a OpenAI, criadora do ChatGPT alertou aos usuários que podem ficar emocionalmente viciados em seu novo sistema de voz, mais humanizado e mais perspicaz, inclusive capaz de se adequar ao ritmo e demanda emocional do usuário. Além disso a empresa já foi alvo de críticas da atriz Scarlett Johansson, que acusou copiar o seu estilo de fala. Embed from Getty Images

O novo sistema de voz começa a ser implantado no ChatGPT4, juntamente com um novo "cartão de sistema" que alerta os usuários para o risco de poder criar de dependência emocional, amplificar preconceitos sociais e espalhar desinformação. Alguns especialistas externos elogiam a OpenAI por sua transparência, mas dizem que ela poderia ir além. 

A OpenAI não está sozinha em reconhecer o risco de assistentes virtuais imitarem a interação humana. Em abril a Google DeepMind lançou um longo artigo discutindo os potenciais desafios éticos levantados por assistentes de AI. Os amantes de cinema já vem acompanhando essa problemática desde o 2014 com o filme Her, do diretor Spike Jonze. 

Empresas que souberem aplicar o antropomorfismo de maneira correta, autêntica e relevante poderão criar experiências de marca ainda mais memoráveis e personalizada e assim fortalecer sua posição no mercado.

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