O futuro das cidades: tendências e oportunidades


 Na semana passada me matriculei no curso CitiesX:  o passado, o presente e o futuro da vida urbana, oferecido gratuitamente pela Universidade de Harvard. Esse tema desperta minha curiosidade porque apesar de amplo e cheio de particularidades regionais apresenta um conceito geral, ou melhor uma tendência mundial que inacreditavelmente faz sentido.

Ao visitar qualquer grande cidade européia ou americana já sabemos exatamente quais são as lojas que estarão nas avenidas principais, as cadeias de restaurante ou cafés que com certeza vamos encontrar entre um ponto turístico e outro. O que difere um centro urbano e outro acaba por ser cada vez mais aspectos topográficos e históricos e no caso americano arrisco me a dizer que até o plano habitacional não difere entre as capitais - o tal subúrbio. Embed from Getty Images

Esse meu interesse pelo futuro das cidades despertou depois de ter lido o livro A breve história do futuro do Jacques Attali, que entre outros assuntos conta a história da formação dos polos econômicos mundiais. 

A começar por Veneza no século 13 com as inovações do sistema bancário e crédito; a Antuérpia no século 16 com o desenvolvimento dos sistemas financeiros; Amsterdam no século 17 com a criação da primeira bolsa de valores moderna; Londres no século 19 com a inovação tecnológica da revolução industrial, New York/Los Angeles no século 20 como o centro do capitalismo global e possivelmente Xangai para o século 21.


Repare que se traçarmos uma linha  imaginária entre as cidades de Veneza - Antuérpia - Amsterdam - Londres - New York - Los Angeles notamos que o desenvolvimento dos polos económicos obedecem o sentido anti-horário de leste para oeste - mas sempre dentro da proteção do hemisfério norte. E Xangai, a aposta do Attali para o próximo polo não foge desta regra.

Ele também prevê uma descentralização do poder econômico, com várias cidades emergindo como centros de inovação e influência, refletindo um mundo multipolar. O que faz sentido para nós ocidentais pois é  pouco provável nós nos espelharmos 100% num centro económico com valores e regras tão distintos como o asiático. Embed from Getty Images

O ponto onde quero chegar com esse curso é basicamente entender se no futuro haverá espaço para o comércio e as culturas locais. Se os produtos regionais e artesanais serão valorizados ou até super valorizados a ponto de ficarem inviáveis para o consumo e ficarmos rendidos a produtos massificados  com rótulos com 3 idiomas. Se teremos que nos render a viver em habitações em subúrbios repletos de Karens.


Será que a alma do futuro das cidades não estará escondida em algum lugar do hemisfério sul? Segundo o ChatGPT perderíamos muito se negligenciássemos as oportunidades inovadoras e sustentáveis que o hemisfério Sul oferece.  

Pedi ao ChatGPT que criasse uma imagem de uma sociedade após 50 anos usando Inteligência Artificial, e o resultado (imagem abaixo) foi uma combinação de tecnologia avançada com sustentabilidade.


 

Sugestão de leitura: A breve história do futuro


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