One for the money, two for the show... dando sequência, vou aqui com a segunda entrevista deste canal. (Se você ainda não leu a primeira, com o Fabiano Liporoni falando do conceito de transmídia e os seus canais transmidiáticos, veja aqui). Desta vez bato um papo com o Marinho, um ex-executivo de multinacional que largou tudo, ou quase tudo, para montar uma banda tributo a Elvis Presley e hoje divide o tempo entre mentorias e apresentações pelos casinos europeus.
Olá Marinho, obrigado por dispor do seu tempo aqui comigo nessa entrevista, eu gostaria primeiramente que você falasse um pouco da sua trajetória profissional para depois focarmos no showbizz, ok?
Bem eu estudei desenho industrial, adorava e ainda adoro o tema design e funcionalidade mas nunca cheguei a trabalhar nesta área. A vida sempre me levou para o mundo do escritório e não para o mundo do studio de criação. Fui executivo de telecom e de diretor de expansão de franshising numa multinacional no campo da moda e hoje ainda presto consultoria para investidores e franquiados.
E o que te motivou a sair de uma carreira consolidada numa multinacional para seguir um caminho totalmente diferente?
Muita gente me pergunta isso e eu desde os tempos de escritório sempre dizia: Sou músico e estou executivo. Então isso demonstra um pouco a minha essência, eu toco guitarra desde os meus 13 anos e sempre quis montar uma banda e trabalhar com o que eu amava e na adolescência era a música.
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| Cartaz da Walk a Mile in My Soul - Elvis Tribute |
Como a sua experiência como diretor de expansão te ajudou no mundo da música?
Na verdade eu não fiz uma transição brusca, se você ver bem, a música sempre andou em paralelo em minha vida.
Ok mas houve o momento onde deu o click e você decidiu se dedicar a música?
Eu sempre tive esse plano na minha cabeça, desde que eu me conheço por gente. E não é que eu fui para a música como fuga, por que eu também me apaixonei pelo franshising. Sou capaz de falar 10 horas sobre franchising, eu aprendi a gostar. Já a música eu nasci gostando. Embed from Getty Images
E quais foram os maiores desafios de deixar a carreira corporativa?
Viver com menos (risos), quando você tem um salário que cai todo mês, você planeja a sua vida para viver naquele padrão.
Há diferença entre liderar uma equipe corporativa e liderar uma banda de rock?
Nenhuma! Pessoas são pessoas. Uma empresa ou uma banda são compostas de pessoas não têm diferença. Tudo converge no ser humano, os desejos, ambições, orgulho... etc. Eu aplico práticas corporativas de liderança na banda, assim como eu já apliquei muita sensibilidade de compor uma música em conjunto numa banda dentro no mundo dos negócios.
Eu apliquei estratégias de negócio quando montei a minha banda, explico: antes de montar a o tributo ao Elvis, eu fiz uma pesquisa para entender se o meu projeto tinha lugar no mercado e percebi que havia uma demanda reprimida aqui na Europa e com pouquissimos players. Depois transformei tudo em números e fiz um plano de negócio. Até desenhei roupas mais adequadas para a banda, como estratégia para ganhar mercado.
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| Marinho e o rei BB King |
Qual foi a reação dos seus amigos e familiares quando você decidiu se empenhar nesse projeto?
Todos falavam a mesma coisa: ou você está milionário ou você tem de ser internado num manicômio. Chegou uma hora que eu mesmo cheguei a me questionar se eu não estava ficando louco mesmo. (risos)
Você acha que essa coragem de mudar de vida pode ser ensinada ou tem de nascer com isso?
Amigo, ou você é bold ou você não é bold, entende? Quando você pega o gosto de saltar para incerteza você traz para a sua vida oportunidades de alcançar voos que você nunca imaginou. E para isso você tem de sair da zona de conforto. Hoje penso muito em trilhar caminhos no mundo digital e isso é super fora da minha zona de conforto, mas confesso que estou adorando a idéia.
Qual foi a maior lição que você teve nessa transição?
Planejamento! Se eu não tivesse planejado antes eu estaria em apuros. Eu sempre me planejei. Eu tenho um business plan pessoal e consigo enxergar o que vai acontecer comigo daqui 10 anos. O ambiente corporativo me ajudou muito na preparação da coluna vertebral do meu projeto.
Como você lida com a pressão ou ansiedade de agora lidar com um produto como o WMMS?
É simples, fluoxetina serve para todo tipo de ansiedade (risos), quando eu estava no escritório a fluoxetina me ajudava a segurar as pressões para bater metas, agora as pressões são outras. Tudo depende de como você lida com a sua ansiedade. Eu não sou muito de tomar homeopatia, eu sou alopata convicto, aliás hoje não ando tomando nada, eu toco para espantar a ansiedade.
Quais são as suas metas para o futuro? No campo musical e também na área de negócios
Em 4 meses de banda construída nós saltamos de um cachê de 400 euros para um 5000 euros, com bom planejamento chegamos nos lugares certos na hora certa. O nosso segundo passo é chegar ao mercado fora de Portugal. Recebemos um convite para fazer uma tour na Escócia também tenho enviado nosso material para Inglaterra. Inclusive já tenho um roteiro escrito para um musical do Elvis, contando a história da vida dele.
Por outro lado não pretendo abandonar a minha vivência de franchising e quero fazer produtos digitais para a área de franchising. O plano é estar fisicamente na banda e digitalmente no franchising.
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| Stella Stevens, a estrela que contracenou com Elvis no filme Girls Girls Girls |
Se você pudesse voltar no tempo, você faria essa mudança novamente?
Com certeza, até faria mais cedo, com uns 45 anos para ter mais tempo.
Para finalizar, qual é o teu recado para quem procura novas aventuras?
Você tem que sempre se colocar a prova, sair sempre da zona de conforto, senão você vira um medíocre, estagnado numa carreira, isso para mim é a morte. Mas eu ressalto o planejamento, analise os riscos e saiba como evitá-los ou encara-los.
Assista abaixo um trecho do projeto WMMS - tributo a Elvis.
Contatos:
Walk a Mile in My Soul - Elvis Tribute
Email: wmms.tribute@gmail.com
Telefone: +351 961 862 223
Instagram: @wmms.elvis.tribute
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